Codas
Codas é um livro de poesia de Filipa Sofia Correia de Carvalho e Cruz, que parte de um projecto apoiado pela Bolsa de Criação Literária do Governo dos Açores com a referência SAI-DRAC/2021/2436 intitulado O Teu Corpo é uma Ilha Quanto Te Acolho e Quando Me Escapas.
Este projecto literário toma como porto de partida um amor não correspondido que acolhe o Arquipélago dos Açores como corpo antérico. Trata-se de um poemário relacional, com poemas ou afluentes de evocação de um “tu” interpelado em sofrimento amoroso. A impossibilidade de concretizar um desejo amoroso recorre analogicamente à vontade de avistar a ilha em frente. Esta acção – contingente da especificidade das condições meteorológicas e da propensão das altitudes e das latitudes – pauta a estreita relação inter-ilhas, as suas parelhas, e o desejo do outro lado.
Num enquadramento precário e fugidio de um horizonte não obstruído, o avistamento a partir da terra é gerador de miragens: pressente-se nos limites costeiros e escapa, amiúde, à visão. Apesar de não ser um fenómeno óptico, torna-se partido da sua sugestionabilidade para explorar o transiente, o ilusório e o efémero. Por isso, alude ao visível e ao invisível da complexa paisagem insular.
O mesmo olhar que percorre a ilha vota-se à floração de um corpo, agente criador e motor para a exploração poética e poiética do contexto de ilhéu. Na forte atenção à natureza, o projecto literário convida a que qualquer fenómeno, objecto, matéria ou circunstância detenha, em declaração, a força geradora do poema: expressão sensual do corpo da pessoa amada. Assim, todos esses fenómenos são membros, acoplados e continuações deste corpo-ilha – que é um corpo-mundo.
O Teu Corpo é uma Ilha Quanto Te Acolho e Quando Me Escapas explora a complexidade geográfica nas riquezas geológica e hidrográfica. Neste projecto de criação articulam-se transformação e desaparição, amor e reciprocidade, duração e assincronia.
A multimodalidade como o corpo da experiência agridoce de Eros e, também, de um Antéros contemporâneo numa incessante busca da imagem erótica perfeita da Ilha. O projecto caracteriza-se por um processo de escrita que faz da prosopopeia a estratégia criativa para representar a espera do prisma do amor retornado. O projecto explora o potencial sensorial dos Açores na capacidade que a palavra tem de captar o detalhe que escapa à paisagem geral. Trata-se de um poemário oriundo do exame do tecido insular por meio da terminologia associada à Geologia, Vulcanologia, Hidrologia e Geografia.
O Teu Corpo é uma Ilha Quanto Te Acolho e Quando Me Escapas concluiu-secom Codas, título referente ao aguçado sistema de comunicação dasbaleias, em particular dos cachalotes. Codas é a ondulação dooceano e tessitura, é a contextura de um discurso amoroso mergulhado nos Açores/ declaração nos Açores.
Atento ao contexto espácio-temporal, o projecto atenta nos recursos naturais e assenta na preocupação e enfoque dos assuntos que marcaram a entrada na Década da Oceanografia declarada pela ONU – Organização das Nações Unidas.
Oamor retornado
Entre2021 e 2024, Filipa Cruz regista uma produção poética constante sintoma dasistematicidade do seu pensamento e interconexão com as diferentes práticas emeios artísticos que explora. O corpus artístico da artista é alimentadopela constante insatisfação e pela busca dos métodos de expressão maisadequados. O seu corpus poético prima pelo retorno a modelos da suaenvolvência e a características atmosféricas do contexto em que se insere.Filipa Cruz é tomada como um Antéros contemporâneo numa incessante busca daimagem erótica perfeita: sua relação com a poesia estabelece-se segundo oprisma do amor retornado.
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